24/06/2009

Não chora, te amo

Na hora certa meu celular toca, leio a mensagem e me sinto um pouco aliviado e meio desnorteado, tendo sempre respostas quase que imediatas, parecendo ser um bom sinal. São telefonemas de durações exageradas e brincadeiras casuais do tipo: “desliga, vai. Não, você primeiro. Ah, desliga você.” E momentos proibidos em tardes estressantes que só se aliviavam debaixo de uma árvore, só pra matar a saudade. E nessa madrugada, voltando pra casa, ouvindo o bêbado e a equilibrista, eu pude me lembrar de quando ela nem sabia meu nome e nem eu o dela. Quando minha paixão era apenas rastro de um encanto súbito da primeira vez. Percebi que não precisei de telescópio para mapear constelações em galáxias anos luz longe de mim pra encontrá-la, sem querer olhei pro céu e ela caiu aqui. Aqui bem na minha frente, sem precisar de mais horas melancólicas no meu quarto escuro que me faz dormir, só pra esquecer coisas do dia-a-dia, sem ela. Não sei se era anjo ou qualquer sinal de que a gravidade ainda existe. Só sei que o universo nunca mais me pareceu tão distante, ela me trouxe um pouco de céu. E eu devo mesmo estar no paraíso.