29/05/2009

Tropeço no tempo

Eu estou muito tempo sem escrever, peço até desculpa para os meros leitores que seguem esse mal atualizado blog. Minha vida tá uma puta confusão. O tempo tá sem tempo de ser tempo, e eu sem tempo de ser eu. O pior é que eu mal pude começar a dizer: sim, eu sou. E já fico me contradizendo falando que estou esvairando-me de mim mesmo. Difícil de entender? Mas isso é o que é, mesmo que inexplicável. Dá pra perceber que meus textos não estão tão requintados e distintos. Mais desculpas, mas o problema é que quando escrevo já não há mais pessoas nas ruas e a cidade não está mais plugada na tomada do caos. Eu que sempre preguei que ter personalidade própria é o que importa, agora fico meio abalado. Mas, nem sei o que está acontecendo, acho que é mais uma daquelas fases de transição, quando algo vai mudar – e no caso esse algo sou eu. Mas, às vezes nem é isso. É bem capaz de ser apenas mais um curto-circuito no meu sistema. Culpa dessa vida volátil que, constantemente, se altera com abrupta facilidade. A homeostase celestial bate à minha porta, ela vem esfregar na minha cara – meio cabisbaixa – que não existe felicidade plena que não é seguida da febril tristeza. Porque a tristeza causa febre sim, ela faz com que qualquer mínima parte do corpo se entregue ao calor friorento, desajustando tudo e deixando tudo sem controle, mais do que já pode estar. Mas, esse equilíbrio tem hora que cansa, é preciso ser mais extremista, ter distúrbios mentais ou emocionais. Deixar de ser sempre mais ou menos, e pra isso o amor dá um jeito. E, de novo, o amor é a resposta. Essa saga parece mais com um funil, onde não interessa quantas infinitas voltas forem dadas, sempre vai sair pelo mesmo lugar. A homeostase eu mandei embora, pois essa chacoalhada que o amor me deu, foi o bastante pra eu deixar de pensar no tempo e começar a, realmente, aproveitá-lo. E tenho prova mais do que suficientes de que isso é verdade, Joules também.